Propriedade rural em Presidente Getúlio é referência em diversidade de culturas e preservação de tradições italianas

Gerente da ADR visitou a propriedade nesta semana - foto Helena Marquardt

Bem no meio da área urbana, uma propriedade rural de Presidente Getúlio vem se tornando referência quando o assunto é diversidade de culturas. No terreno de pouco mais de cinco hectares, uma família de origem italiana preserva há quatro gerações o amor pelo cultivo de uvas e a produção de vinhos, mas decidiu também atrair turistas com a grande variedade de frutas, verduras, laticínios, mel e até almoços e jantares onde não falta música, alegria e a boa e velha polenta.

O auxiliar administrativo, Rafael Rossi Schafer, que é um dos responsáveis pela propriedade junto com os pais e a irmã, conta que os bisavós vieram da Itália trazendo na bagagem mudas de uva que foram plantadas em terras cedidas por uma companhia colonizadora. Mais tarde, o trabalho do casal foi seguido pelos filhos, que em 1961 compraram o terreno no Centro de Presidente Getúlio. “Meus bisavós, avós e depois a minha mãe sempre fizeram vinho. Nunca ficaram um ano sem produzir a bebida, nem que seja só para a família. É uma questão de história também.”

Em 2001 a família, já na quarta geração, resolveu mostrar um pouco de sua cultura e abrir a propriedade para receber visitantes, passando a integrar um projeto de turismo rural. Hoje o local é a sede do Circolo Trentino da cidade, e até uma espécie de centro cultural que recebe intercambistas de várias partes do mundo.

A família produz anualmente cerca de cinco mil garrafas de vinho e vende a fruta in natura. Além da uva, os visitantes podem comprar outras frutas como lichia. No entanto, a aliança entre o turismo e a agricultura passou a exigir também dedicação total, inclusive nos finais de semana. “Quando estou de folga no trabalho sempre estou com a roçadeira ou dentro da cantina”, lembra Rafael.

A mãe dele, dona Zebina Rossi Schafer, explica que cada um tem sua função na propriedade. “A gente é descendente de trentinos que são um povo muito trabalhador e que enfrentou muitas dificuldades na época que veio para o Brasil. Sempre digo que aqui é como se fosse uma empresa e cada um tem a sua função. Todos os membros precisam contribuir porque é um trabalho de equipe que não para nunca.”

Gastronomia e alegria tipicamente italiana

Durante os eventos, que precisam ser agendados com antecedência, a família serve polenta, macarrão caseiro, nhoque de batata doce, aipim de forno, fortaia, queijo, salame e diversas saladas, além de alguns tipos de carnes. A rica gastronomia é acompanhada do canto de músicas italianas que deixam a refeição ainda mais animada.

A gerente de políticas socioeconômicas urbanas e rurais da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Ibirama, Edna Beltrame Gesser, visitou a família nesta semana e destacou que propriedade serve de exemplo, pois além de seguir as tradições italianas, também procura se adaptar as novas tecnologias desde a diversificação de culturas até a melhoria dos processos produtivos. “Assim eles conseguem ter uma renda garantida no fim do mês e pelo que percebemos procuram evoluir sempre e agregar valor”, comentou.

Ela conta que percebeu ainda que a família tem uma grande preocupação com o meio ambiente. “Eles tem muita mata nativa e procuram sempre preservar, o que também acaba deixando o espaço ainda mais bonito e atrativo”, finalizou.

Helena Marquardt

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